Em desacordo com o que muitos pensam, o Xamanismo não é considerada uma religião, e sim uma prática ancestral que busca estabelecer a força interior, ligação com o sagrado e o reencontro dessa com os ensinamentos da natureza.

A palavra “xamã” vem de “saman”, termo usado pelos tungues, povo do nordeste da Sibéria, para se referirem “àquele que conhece” ou “o sábio”. A palavra “pajé”, de origem Tupi, se popularizou na literatura de língua portuguesa em referência ao xamã.

O xamanismo é considerado como “mãe de todas as nações” por anteceder as doutrinas criadas. Podem ser vistos práticas xamânicas em diversos credos: a defumação nas cerimônias católicas, o banho de ervas no candomblé, o passe no espiritismo, a meditação no budismo…e de muitas outras formas, como o uso de plantas para cura através de nossa medicina.

O xamã, podendo ser homem ou mulher, é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica. Este, possui capacidade de se conectar com o mundo espiritual, ter contato com outros planos de consciência, através da recepção de uma natureza transcendental e tem o intuito de estabelecer uma ponte entre o natural e o espiritual.

Esse conjunto de práticas se transformou em uma filosofia de vida, através da qual as pessoas buscam equilíbrio, saúde, conhecimento, tranquilidade, paz, auto-empoderamento, profunda concentração, bem-estar físico, psicológico e espiritual.

A sabedoria milenar e os ensinamentos passados através de gerações levam o praticante a experimentar uma transformação interior o levando ao um reencontro dessa com os ensinamentos da natureza.

Para os adeptos do xamanismo, a cura para todos os males está dentro de cada ser.

De acordo com a prática, os animais têm uma grande relevância, um indivíduo pode descobrir o animal guardião que existe no interior de cada um. Esse animal guardião pode também ser conhecido como animal de poder, aliado a um totem, nagual ou espírito protetor. Como os conceitos criados por Carl Jung, o termo de origem grega usado na filosofia, psicologia e crítica literária, Arquétipos, (arkhétypon que significa modelo primitivo).

Praticar xamanismo é ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.

Para a expansão da consciência, muitos grupos utilizam de ervas psicotrópicas. Na Sibéria, toma-se chá do cogumelo durante o solstício de inverno. No Brasil, uma bebida mais conhecida, feita da mistura do cipó-mariri com o arbusto chacrona, a Ayahuasca serve a adeptos do Santo Daime e a tribos como os Caxinauás. Para a expansão realizam rituais de purificação e limpeza geralmente envolvem defumação – de um local ou de uma pessoa – e queima de incenso e de ervas.

Há uma longa preparação para aquele que possui o sinal para se tornar xamã para que conheça profundamente as plantas medicinais e a natureza em sua totalidade, pois ninguém pode se autopromover xamã. Consideram os planetas, as pedras, a terra, o céu e os animais como partes conectadas e sagradas e por isso utilizam ervas, direções sagradas, rituais, cristais, argila, fogo, cirurgias espirituais e técnicas de purificação.

Hoje, chamado de neo-xamanismo, se leva em consideração os ensinamentos antigos e utiliza adaptações urbanas em suas práticas terapêuticas. Existem regiões que unem o xamanismo tradicional e o neo-xamanismo como a junção de diversos conhecimentos.

O maior obstáculo para o crescimento é a inércia, que cria a insensibilidade, pois priva o indivíduo de novas possibilidades, cria passividade com relação à vida. Cria falta de vitalidade, limita a criatividade e predispõe ao papel de vítima. A consciência se limita a fugir, a ter medo. A vítima fica sempre vivendo as sombras do passado e com medo do futuro.

As práticas xamânicas compelem a mente a viver dentro do coração, até que a mente ignorante seja destruída. Isso se manifesta quando o ser se revela espontaneamente. Na verdade, o antigo modo de viver acaba, abrindo caminho para um jeito mais consciente.

Quando se aproxima o verdadeiro propósito da alma, tudo da natureza interior vem a tona. A pessoa entra em um processo mais rápido de transformação pessoal. Quando convidamos o amor para despertar poderes mais profundos, trabalhar nos desafios torna-se uma aventura.

O praticante explora a estrutura de sua própria consciência e vai compreendendo como os fatos acontecem na sua vida, deixando de ser vítima das circunstâncias. Sente-se inspirado pelos desafios e aprende a utilizar a energia de forma a caminhar no Amor – Paz e Luz.

Praticando a sabedoria das antigas tradições adaptadas ao mundo atual e ao estado atual da alma humana, o trabalho é feito com tambores, canções, meditações, instrumentos de poder, danças, respirações, visualizações, histórias, vivências e muito, muito amor.

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