TEORIA DO CÉREBRO TRIÚNO

A Teoria do Cérebro Triúno, ou Três Cérebros, foi elaborada em 1970 pelo neurocientista norte-americano Paul MacLean, apresentada e validada pela comunidade científica em 1990, através de seu livro “The Triune Brain in evolution: Role in paleocerebral functions”, onde discute o fato de que nós, humanos, temos o cérebro dividido em três unidades funcionais diferentes.

Basicamente nosso cérebro é dividido em 3 partes: Tronco Encefálico (ou Cérebro Reptiliano) - consciência irracional, Sistema Límbico - consciência emocional e Néocortex - consciência racional. Atuam sempre em conjunto, porém, cada uma possui uma função diferente no nosso cérebro. Em resumo, elas representam o instinto, a emoção e a razão, respectivamente.

Muitas mães têm dificuldade de conviver com os filhos quando eles ainda são bebês ou na adolescência. Isso porque, quando bebê, ainda não atingiu o pico de desenvolvimento do sistema límbico e, na adolescência, ainda não atingiu o pico de desenvolvimento do neocórtex. Nosso sistema límbico se desenvolve em média até os 5 anos de idade, e nosso neocórtex pode se desenvolver até os 20 anos. Por esses motivos, a puberdade é considerada até essa faixa etária.

O tronco encefálico ou cérebro reptiliano têm como principais fatores, que influenciam uma pessoa e que são emergidas de nossos instintos e percepções mais primitivas, tais como: medo, sono, fome (sobrevivência), proteção/defesa e ataque, (segurança - sistema 'luta ou fuga'), ação e reação, reprodução, etc. Onde fome é adquirida através do dinheiro (abundância = segurança).

Também abrange de onde emerge nossa energia. Isto se traduz em diferentes comportamentos, tais como: intenção e temperamento.

Uma pessoa, por exemplo, com fome, ou sem dormir, ou ainda, com frio, não consegue avançar em nenhum raciocínio lógico sem antes não resolver tais necessidades irracionais.

No sistema Límbico (área de processamento de emoções), há duas emoções pertinentes: a dor e o prazer. Perante a dor, o límbico tem um sistema de proteção onde tenta sempre evitar a dor que sentiu no passado. Com relação ao prazer, ele libera o hormônio da dopamina, que faz com que queira produzir mais da mesma sensação que o proporcionou.

O neocórtex é a última camada do desenvolvimento do nosso cérebro após o nascimento. Basicamente, é a razão, sensação de que as decisões fazem sentido. Ela gosta de saber que estamos no controle das nossas decisões.

O estudo do cérebro triúno e suas ramificações de necessidades: irracional, emocional e racional pode-se complementar com o estudo da Piramide de Maslow onde as divisões de ambos encontram-se em concordância.

Com base nas psicologias, Freudiana e Junguiana, é possível conjugar que nosso neocórtex está mais relacionado com o ego (complexos), e a parte reptiliana, com o Self (arquétipos).

Em nossa natureza trina, é preciso frear alguns aspectos do cérebro reptiliano e ativar outros, justamente pelo fato de termos um neocórtex, racional, analítico e cartesiano, bem desenvolvido, para avaliar cada situação.

Conforme já citado por diversos autores históricos, o ser humano encontra-se em plena hipnose reptiliana, deixando-se, inconscientemente, dominar-se por seus instintos primitivos, em vez de explorar, justamente, o que nos diferencia de todas as outras espécies, que é o nosso potencial de consciência racional. O ser humano historicamente está automatizado, em padrões de ações e reações, defesas e ataques e proteções territoriais. Estas são características claramente reptilianas.

O cérebro reptiliano é o que mais exerce influência, sobre o sistema límbico e sobre o neocórtex, tão logo, sobre comportamento, imagem e comunicação de uma maneira geral.

Nos estudos da PNL (programação neurolinguística) ao analisarmos os movimentos involuntários de nossa linguagem corporal, como: respiração, postura, caminhar, etc, conclui-se que o cérebro reptiliano prevalece em nossa comunicação. Conforme vimos, percepções relativas à fome, sono, sobrevivência, podem afetar rápida e diretamente toda a racionalidade.

As necessidades humanas primordiais, precisam estar atendidas, para somente depois, poder se trabalhar no campo da racionalidade. Quanto mais se resolve necessidades, mas se evolui.

Muitos campos filosóficos têm enfatizado o quanto o ser humano não está utilizando o que se tem de melhor. Ao contrário de nossa maior vantagem biológica, estamos automatizados e agindo e reagindo sem raciocinar com a qualidade que podemos.

Devemos ter conhecimento do complexidade envolvida em nossa natureza psíquica e cerebral para que possamos equilibrar o eixo necessário de nossa existência, desde nossa racionalização até nossa evolução e realização. Portanto, vamos aprender e criar um equilíbrio entre nossos mundos externo e interno, entre nossos lados da irracionalidade, sensibilidade e razão; entre nossas necessidades; entre nosso consciente e inconsciente e mais importante criar um eixo pleno entre nosso cérebro triúno e nossa realidade.

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