Nosso cérebro é formado por uma complexa rede de sinapses conectadas que permanecem juntas produzindo um campo eletromagnético. As sinapses disparam transmitindo sinais entre uma e outra, simultaneamente, e criam um campo eletromagnético suficiente para ser medido por um equipamento como o EEG (Eletroencefalograma). A velocidade que cada sinapse dispara chama-se frequência das ondas cerebrais.
Através de estudos, em 1839, o cientista alemão Heinrich Wilhelm Dove percebeu que o cérebro é capaz de detectar a variação de sons quando são captados separadamente pelos ouvidos.
Na física, o som é uma onda que se propaga pelo ar e outros meios a partir da vibração de suas moléculas. Todo som tem uma frequência - medida em hertz (Hz)-, que define a altura do som.
Quanto maior a frequência do som, mais agudo (alto) ele é, e quanto menor a frequência, mais grave (baixo) o som. Nós, humanos, somos capazes de perceber sons entre 20 Hz e 20.000 Hz. Já os animais têm capacidades auditivas bastante apuradas - os cachorros, por exemplo, ouvem entre 15 Hz e 50.000 Hz.
Quando você toca duas frequências separadas em cada ouvido, digamos 140 Hz e 149 Hz, o cérebro capta a diferença entre as duas, esse terceiro tom de 9 Hz que, na verdade, não existe.
A pesquisa de Heinrich mostrou que, para conciliar essa diferença, o cérebro sincroniza o funcionamento dos hemisférios esquerdo e direito, o que gera uma nova frequência - o som binaural. A onda é gerada quando o ouvinte escuta dois sons com frequências muito próximas, porém diferentes e inferiores a 1000 Hz.
Outra pesquisa de destaque mundial é o artigo “Auditory Beats In The Brain”, do biofísico Gerald Oster, publicado em 1973 na Scientific American. Nesse estudo, foram utilizadas as batidas para comprovar que a estimulação auditiva melhora o funcionamento do cérebro.
As cinco principais categorias de frequências de ondas cerebrais são: Delta (1- 4 Hz), Teta (4 - 7 Hz), Alfa (7 - 13 Hz), Beta (13 - 40 Hz) e Gama (+ 40 Hz), cada uma delas está relacionada um estado mental diferente, gerando então diversos efeitos benéficos. Veja abaixo:
Delta (1- 4 Hz): são as mais lentas e estão associadas ao sono profundo. É o reino do inconsciente, intuição e da instrospecção, estimula a produção dos hormônios antienvelhecimento (redução de cortisol, aumenta a DHEA). promove o relaxamento físico, reduz o estresse e alivia dores.
Teta(4 - 7 Hz): Presentes na meditação profunda e sono leve. Reino da aprendizagem e criatividade, do subconsciente, gera relaxamento profundo, promove o sono REM e paz interior, reduz o estresse e a ansiedade.
Alfa (7 - 13 Hz): Ligadas à tranquilidade e relaxamento com olhos fechados e repouso sensorial, acessadas durante a meditação. Induz ao sonho lúcido e o estado de sonho receptivo e passivo, reduz os estados de estresse e depressão, aumenta a energia vital, gera mais coordenação mental e aprendizado acelerado.
Beta (13 - 40 Hz): as mais rápidas. Estão associadas ao estado de vigília, à lógica e ao raciocínio. Pensamento consciente, foco externo, facilita o pensamento linear, ajuda a resolução de problemas, expande o estado de alerta e foco.
Gama (+ 40 Hz): Ligada a percepção e atenção ou ansiedade, promove a hiperconcentração, melhora a memória consciente, aumenta o foco, proporciona mais bem-estar, aprimoramento cognitivo.
Para se utilizar as batidas binaurais é necessário o uso de fones de ouvido. E atenção a ouvir as batidas binaurais certas, pois frequências diferentes produzem efeitos diferentes.
É importante dizer que nem todos os efeitos foram confirmados cientificamente, mas estudos têm mostrado que alguns resultados são possíveis. De acordo com a Discovery Magazine, um estudo com o objetivo de melhorar a memória de trabalho testou a tecnologia e melhorou a precisão do paciente em 3%.