Os filósofos pré-socráticos usavam o termo arquétipo como princípio constitutivo do Universo, onde tudo é permanente, imutável e repleto de ideias originais e o mundo das percepções sensiveis ou materiais são mera reproduções dessas ideias. Um conjunto de crenças, características, informações e energia que definem as regras que nossa mente seguirá é um padrão universal de comportamento que surgem do nossa mente coletiva.
Cada uno de nossas vivencias tem um aspecto particular que caracteriza um individuo, abrangendo as nossas emoções e sentimentos, ideias e, consequentemente, atitudes.
Os Arquétipos funcionam como modelos de comportamento, expressões do inconsciente coletivo, e tudo começa com a capacidade mental de ativá-los. São estruturas ideativas, associações simbólicas que fazem parte do inconsciente coletivo. E considerando o enorme poder mental que possuímos, acabamos por criar essas formas básicas e trazê-las para nossa realidade cotidiana.
Os 12 Arquétipos de Jung
O psicólogo suíço Carl Jung concluiu que os arquétipos são conjuntos de imagens primordiais originárias da repetição sucessiva de uma mesma experiência ao longo de várias gerações, que ficaram armazenadas no inconsciente coletivo. Segundo ele, existem 12 arquétipos que fundamentam e resumem as características de todo ser humano e são eles:
1. O Inocente
O Inocente é otimista, sonhador e cheio de esperança. Ele pode parecer ingênuo e evita conflitos sempre que possível, o que às vezes leva à estagnação. Seu desafio principal é a necessidade de agradar e pertencer, enquanto seu maior objetivo é alcançar a felicidade.
2. O Sábio
O Sábio valoriza a lógica, a verdade e o critério. Sua busca incessante pelo conhecimento é sua característica central. Metódico e detalhista, seu maior desafio é não se perder nos detalhes e agir de forma decisiva.
3. O Aventureiro
O Aventureiro preza pela liberdade, ousadia e independência. Seu lema poderia ser "Há tanta vida lá fora". Ele busca uma vida sem rotina e autêntica. Seu maior medo é se tornar conformista, e seu desafio é lidar com o idealismo, que pode resultar em uma constante insatisfação.
4. O Rebelde
O Rebelde é aquele que gosta de questionar, provocar e quebrar as regras. Seu principal objetivo é transformar o que está obsoleto. Seu maior desafio é lidar com a tendência à autodestruição.
5. O Mago
Intuitivo, visionário e inventor, o Mago não se preocupa muito com questões objetivas e lógicas. Está ligado a crenças e religiões, buscando compreender as leis que regem o universo. Seu desafio é evitar a manipulação, o idealismo excessivo e a solidão.
6. O Herói
O Herói é marcado pelo protagonismo, coragem e vitalidade. Ele busca provar seu valor através de ações grandiosas e corajosas, sempre visando o bem maior. Geralmente, tem uma causa ou bandeira. No cinema e na publicidade, ele é frequentemente representado como o guerreiro, o atleta ou o vencedor. Seu maior desafio é lidar com a arrogância e a ambição.
7. O Amante
O Amante é intenso, íntimo e sensual. Com um grande senso estético e atraente, ele busca parcerias em todas as formas de amor. Seu maior desafio é não perder sua identidade no desejo de agradar e encantar os outros.
8. O Comediante
Conhecido também como o Bobo da Corte, o Comediante valoriza a diversão, leveza e espontaneidade, sem medo do julgamento alheio. Sua habilidade principal é trazer alegria ao mundo. Seu desafio é não se manter na superficialidade e aprender a gerenciar melhor seu tempo.
9. O Comum
O Comum preza pelo realismo e simplicidade. Ele não busca se destacar, mas sim pertencer. Deseja desenvolver virtudes comuns e ser útil, sem a necessidade de impor suas convicções. Representado pelo bom vizinho ou funcionário responsável, seu desafio é lidar com a falta de grandes pretensões.
10. O Prestativo
O Prestativo é altruísta, protetor e compassivo. "Ame ao próximo como a ti mesmo" é seu lema. Ele deseja cuidar e ajudar o maior número possível de pessoas. Seu desafio é não carregar o peso do mundo e não sufocar aqueles ao seu redor.
11. O Governante
O Governante é marcado pela liderança, solidez e excelência. A responsabilidade é um traço marcante, e ele trabalha bem com regras claras. Há também uma necessidade de controle e poder. Seus desafios incluem saber delegar e ser flexível.
12. O Criador
O Criador valoriza a imaginação, arte e inovação. Busca harmonia e reconhecimento, busca sempre novas soluções. Geralmente perfeccionista, ele se recusa a aceitar a mediocridade. Seu desafio é a inconstância e a tendência a pensar mais do que agir.
Vale ressaltar que essa não é a única classificação dos arquétipos de personalidade de Jung e que existem outras categorizações diferentes – embora sejam muito semelhantes. De qualquer maneira, é um tema interessante que vale um aprofundamento de quem se interessa por autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Jung acreditava que os sonhos eram uma porta de entrada para o inconsciente coletivo, através dos arquétipos, representa desafios e/ou aspectos da nossa psique que precisamos confrontar ou integrar. Jung usava a análise dos sonhos como uma ferramenta terapêutica para ajudar as pessoas a entenderem melhor esses aspectos de si mesmas e promover o crescimento pessoal, mostrando como os arquétipos podem influenciar pensamentos, sentimentos e comportamentos de maneiras sutis e poderosas.
Platão e os Arquétipos
Platão, ao contrário de Jung, não abordou os arquétipos como padrões de personalidade, mas sim como formas ideais ou ideias perfeitas que existem em um reino imutável e eterno, distinto do mundo físico. Esses arquétipos, ou Formas, servem como modelos perfeitos dos quais todas as coisas no mundo material são meras cópias imperfeitas.
As ideias de Platão, conhecidas como eidos platônicos, eram formas mentais puras que a alma conhecia antes de nascer no mundo físico, por isso Platão disse que são as ideias primordiais.
Alguns filósofos também traduzem arquétipo como "essência" para evitar confusões relacionadas à conceituação das Formas segundo Platão.
Todo símbolo é energia e informação. Todo símbolo por si mesmo produz um resultado em termos de neurotransmissores produzidos em quem vê e em quem usa. O uso de arquétipos para criar neuro-associações com um determinado produto ou ideia. Todo símbolo manipula energia de um jeito ou de outro e influencia imediatamente que o usa ou quem o vê. Nesse sentido todo símbolo é mágico, porque manipula a realidade para o bem ou para o mal.
Como os Arquétipos ajudam na nossa vida?
Quando nos abrimos para explorar os arquétipos, especialmente através de práticas como meditação e reflexão profunda, expandimos nossa consciência. A mente linear, que se limita ao racional e concreto, cede espaço para uma compreensão intuitiva e ampliada da realidade. Essa expansão não apenas nos permite acessar camadas mais profundas de nosso ser, mas também nos ajuda a integrar aspectos essenciais de nossa jornada pessoal e espiritual.
A exploração dos arquétipos não é apenas um exercício teórico, mas uma jornada prática em direção ao autoconhecimento e à realização pessoal. Cada arquétipo oferece insights valiosos sobre nossas motivações, desafios e potenciais únicos. Ao compreender e integrar esses padrões universais, somos capazes de discernir com maior clareza nosso propósito de vida e os passos necessários para sua realização plena.
Explorar os arquétipos não se trata apenas de compreender teorias, mas de embarcar em uma jornada de transformação pessoal e espiritual. Ao integrar esses padrões universais em nossa vida diária, podemos viver com maior autenticidade, propósito e significado.
Você poderá descobrir revelações extremamente construtivas para sua evolução pessoal, encontrando cada vez mais o seu propósito de vida dentro da sua jornada de autoconhecimento.